Marina Rosenfeld
Professor hospitalar. "Que tipo de professor seria esse?" - a platéia se questionou durante a palestra "A Reinserção do Paciente na Sociedade", no primeiro dia do Congresso Humanização Hospitalar em Ação. Pois é, o termo surgiu, segundo a Dra. Mônica Cipriano, do Instituto de Oncologia Pediátrica e do Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), em São Paulo, pelo fato de muitas crianças e adolescentes precisarem abandonar a escola durante tratamentos intensivos, principalmente em casos de câncer. "É uma fase em que os pais preferem que seus filhos se distanciem dos estudos até mesmo para não sofrer com discriminação, algo muito comum nesses casos", afirmou a doutora. Então, o Instituto de Oncologia teve a idéia de criar o professor hospitalar. Só assim o aluno-paciente poderia continuar a estudar mesmo longe das salas de aula. As crianças e adolecentes passam a receber atendimento pegagógico de uma equipe altamente preparada no próprio hospital. "Eles voltam a ter auto-estima e sentir que são capazes". Após o final do tratamento e recuperação, quando voltam à escola, mesmo assim continuam recebendo apoio do professor hospitalar. "É papel do hospital se preocupar com o paciente mesmo após a alta e reinserir-lo na sociedade. O hospital orienta a forma como a escola deve tratar a criança ou adolescente e quais são as suas necessidades", afirmou. Além desse projeto, conhecido como Escola Móvel, o Instituto também investe no programa de Profissionalização do Adolescente. "Geralmente os adolescentes saem do tratamento fragilizados e em situações de risco. Por causa disso, dificilmente conseguem ser inseridos no mercado de trabalho", comentou a Dra. O projeto consiste em manter parcerias com empresas e universidades, seja para estudo, treinamento ou oportudades de emprego para o paciente. Após conseguir um trabalho, o jovem continua sendo acompanhado pelo hospital em conjunto com a empresa. Desde 1996, quando nasceu a idéia, cerca de 80 jovens já foram encaminhados. "Pode parecer que não, mas isso muda o destino desses jovens adolescentes em situação de risco social", concluiu. http://www2.uol.com.br/aprendiz/noticias/congressos/id060404_01.shtml
A Pedagogia Hospitalar
Sabemos que a Pedagogia é um campo de atuação da educação que lida com o processo de construção do conhecimento, e que o profissional dessa área é o mais apto a mediar e nortear a educação, que por sua vez é guiada pela fixação de regras que só se colocam por conta da existência de objetivos educacionais. Por outro lado sabemos que o ambiente hospitalar, é um centro de referência e tratamento de saúde, que acaba por gerar um ambiente muitas vezes de dor, sofrimento e morte, causando uma forma de ruptura dessas crianças e adolescentes com os laços que mantém com seu cotidiano e produção da existência da construção de sua própria aprendizagem. Mediante a problemática de saúde que requeriam hospitalização, independente do tempo de internação, através das políticas públicas e estudos acadêmicos, surge a necessidade da implantação da Pedagogia Hospitalar. O atendimento pedagógico em ambiente hospitalar é reconhecido pela legislação brasileira como direito da continuidade de escolarização aquelas crianças e adolescentes que se encontrem hospitalizados (CNDCA 1995).
O atendimento Pedagógico Hospitalar teve seu inicio na década de 50, na Cidade do Rio de Janeiro no Hospital Escola Menino Jesus, serviço esse que se mantêm até atualidade; servindo como um resgate da criança e ou adolescente, fazendo um elo entre sua realidade atual, como interno, e a vida cotidiana. O Profissional que atua na Pedagogia Hospitalar, tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. A Pedagogia Hospitalar, dividi-se, basicamente em três modalidades: Classe Hospitalar – Refere-se á escola no ambiente hospitalar na circunstancia de internação temporária ou permanente, garantindo o vinculo com a escola e/ou favorecendo o seu ingresso ou retorno ao seu grupo escolar correspondente. Brinquedoteca – Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar. Recreação Hospitalar – Atividade que oferece a oportunidade da criança brincar, mas brincar não se limita somente ao contato ou interação com o objeto brinquedo, fundamental é constituir a possibilidade de uma atividade que pode ser realizada em um espaço interno ou externo.